O Missionário Católico/Revista Boa Nova
O primeiro número da revista Boa Nova foi publicado em 15 de Agosto de 1924. Com o título de O MISSIONÁRIO CATÓLICO até 1960, e Missionário Católico até 1970, data em que mudou para BOA NOVA – atualidade missionária.
A apresentação da revista foi feita no dia da Assunção da Santíssima Virgem numa reunião de antigos missionários, efetuada no Colégio de Tomar a convite de D. Teotónio, Bispo de Meliapor, Superior e Procurador-Geral das Missões Religiosas dos Padres Seculares Portugueses, foi resolvida definitivamente a publicação do Boletim das mesmas Missões, projetada já desde o tempo em que D. João Evangelista de Lima Vidal, antigo Bispo missionário de Angola e Bispo de Vila Real, tinha a Direção e Procuradoria-Geral das Missões.”
Ex-missionário de Moçambique, conhecedor, por experiência, das injustiças por que passa a sua classe e desejoso de que as missões tivessem um órgão que as vingasse do desdém e esquecimento a que acintosamente eram votadas, e livrasse da asfixia do silêncio tantos atos de valor que são sonegados, quis o P. José Vicente do Sacramento ser o único agente material deste instrumento de defesa, liberalizando os recursos necessários para pôr em prática esta sua bela iniciativa. À sua custa comprou para oferecer às missões portuguesas máquinas, ferramentas, e material de impressão necessários, provendo in loco a uma instalação tipográfica por forma a poder em pouco tempo ser uma fonte de receita para aquela instituição.
Ansioso por ver aquelas dotadas dum edifício próprio que de alguma forma suprisse as faltas do velho Convento dos Templários cedido pelo Estado, numa quase que como surpresa, aparece em pleno tribunal de Oliveira de Azeméis e adquire em hasta pública por cerca de 450 contos, o histórico Convento do Couto de Cucujães e sua cerca e uma propriedade anexa, que logo, contente, vai depositar nas mãos de D. Teotónio Vieira de Castro, superior das missões.
Naturalmente, a revista olhou primeiramente para os missionários e contou com a sua colaboração, fazendo-se eco de suas obras e necessidades em África, na Índia e em Timor. Para estes missionários, era o prolongamento dos Anais das Missões Portuguesas Ultramarinas, que o Real Colégio de Cernache publicou durante vários anos.
A partir dos anos trinta, a revista assumiu um cunho mais declaradamente universal ou católico. Com a ida dos primeiros missionários da Sociedade para a África, em 1937, estes passaram a ocupar lugar de primazia. Embora de carácter exclusivamente missionário e de divulgação, através das suas páginas passou a vida da Igreja e do País, durante 82 anos. São de assinalar, entre tantos assuntos: o Concílio Plenário Português (1926), a Concordata, o Acordo Missionário e o Estatuto Missionário (1940-1941), as Semanas de Estudos Missionários, o Concílio Vaticano II, a “presença” dos Papas através de alguns documentos de particular carinho, a passagem pelos seminários de vários Cardeais e Núncios Apostólicos e até a visita do Chefe de Estado, General Carmona, ao Seminário de Cucujães no ano de 1930, o Jubileu do ano 2000, a celebração dos 25, dos 50 e dos 75 anos da Sociedade Missionária, “Colóquios Igreja e Missão” e Congresso “Deus no século XXI” e “Futuro do Cristianismo”, e muitos outros. Sempre eclesial, manifesta sensibilidade aos problemas de África, Ásia e América Latina, a revista, procurou testemunhar e gritar a favor de uma nova chama missionária na alma portuguesa. Presentemente, ela chega a todos os continentes. Recebe, em permuta, revistas e jornais da Europa e de alguns países da América.
A Revista BOA NOVA – atualidade missionária, é uma publicação periódica, mensal, ilustrada, fundada em Agosto de 1924 com o nome de O MISSIONÁRIO CATÓLICO, pertencente à Sociedade Portuguesa das Missões Católicas Ultramarinas ou Sociedade Missionária da Boa Nova.
Está particularmente atenta aos problemas da Igreja Missionária e aos dos Países Lusófonos. Com significativa implantação entre os emigrantes portugueses, procura manter neles a Fé em que nasceram e os cimenta nos caminhos da esperança, e fomenta a cultura da língua portuguesa entre os próprios emigrantes e com os residentes onde vivem e trabalham.
É uma revista de Informação geral sobre a situação dos mais pobres e desfavorecidos, vivam onde viverem, provocando nos seus assinantes e leitores iniciativas de promoção em prol do desenvolvimento integral da pessoa humana e da solidariedade para com os marginaliza dos e excluídos.
O seu leque de Informação, embora priorizando os aspetos de Evangelização/Promoção, é variadíssimo: vai desde o desporto, cinema, história, geografia até à reportagem da vida e da luta pela Dignidade Humana levada a cabo pelos homens e mulheres de boa vontade que, num voluntariado generoso, consagram as suas vidas ao anúncio de Jesus Cristo, dando assim vez e voz a quem as não tem.
Como Revista missionária, não tem qualquer fim lucrativo, nem se enquadra na política comercial de uma empresa jornalística. É uma publicação de cariz solidário e de cobertura regional, nacional e internacional, que, no respeito absoluto pelos princípios deontológicos do jornalismo e da ética profissional, veicula todas as notícias que promovam a dignidade da pessoa humana ou provoquem a repulsa pela sua aviltação. Compromete-se a não abusar da boa-fé dos leitores, encobrindo ou deturpando a informação.
Como publicação de inspiração cristã, aborda todos os temas da pessoa e atividade humanas na perspetiva da Boa Nova de Jesus Cristo num esforço de abertura permanente ao Espírito e aos sinais dos tempos, livre de qualquer peia de ideologias partidárias ou forças económicas e políticas. BOA NOVA – atualidade missionária orgulha-se de ser, em Portugal, a pioneira da imprensa missionária, tendo formado na solidariedade e na partilha muitos homens e mulheres com responsabilidades na vida pública.